Em se tratando das cantigas de escárnio e maldizer , enquanto gênero de poesia pertencente à Idade Média, há que se mencionar a íntima ligação com a música, composta para ser cantada ou entoada. Encontra expressão em meados de 1189 e 1385; são escritas em galego-português; a principal característica dessas cantigas, assim como todos os textos (populares) é a sátira ou crítica. Percebe-se também que tais cíticas dirigiam-se, geralmente , a alguém próximo, pessoa do circulo social do trovador. Funcionam como relatos de costumes da época. Quanto à linguagem, manifesta-se de maneira vulgar, demonstradas através da forma direta em relação a segunda pessoa do discurso,de forma agressiva e/ou irônica.Podem apresentar disputas, sejam nas políticas, sejam nas questões de gênero.
Na letra da música que segue abaixo, o homem se propõe a louvar as grandes qualidades de sua amada, ao passo que imputa culpabilidade na mulher.A mulher é a perdição, há sutil diferença entre o terceiro e o primeiro verso. Tal semelhança da letra DONA, nos remete ao contexto histórico do TROVADORISMO, onde as cantigas tematizam a confissão do homem em relação a uma mulher, ele lamenta seu sofrimento, fala, através do “eu-lírico” masculino,posicionando-se de forma inferior em relação à mulher. A referida letra,composta por Sá e Guarabira, a palavra SENHORA é substituída por DONA(minha senhora).Retrata também, A situação de um amor impossível, pois a mulher a quem se dirige o eu - lírico é comprometida ou pertence a uma classe social superior. Ela sempre é a Dona (a palavra Dona procede do latim domina, palavra esta que resulta, em português no verbo dominar )e a declaração amorosa (em linguagem rebuscada) do trovador , obedecendo a determinadas convenções conhecidas como amor cortês (cortês- refere-se à corte ).
Ocorrendo,então, formas literárias conhecidas como cantigas de amor, escarnio e maldizer.Salientando,a bem da verdade, que mesmo em suas diferenças tais modalidades originaram-se na própria CANTIGA DE AMOR. O moderno que retrata o antigo?Ou será mera coincidência?
Dona
Roupa Nova
Composição: Sá & Guarabyra
Dona desses traiçoeiros
Sonhos sempre verdadeiros
Oh! Dona desses animais
Dona dos seus ideais
Pelas ruas onde andas
Onde mandas todos nós
Somos sempre mensageiros
Esperando tua voz
Teus desejos, uma ordem
Nada é nunca, nunca é não
Porque tens essa certeza
Dentro do teu coração
Tan, tan, tan, batem na porta
Não precisa ver quem é
Pra sentir a impaciência
Do teu pulso de mulher
Um olhar me atira à cama
Um beijo me faz amar
Não levanto, não me escondo
Porque sei que és minha
Dona!!!
Dona desses traiçoeiros
Sonhos sempre verdadeiros
Oh! Dona desses animais
Dona dos seus ideais
Não há pedra em teu caminho
Não há ondas no teu mar
Não há vento ou tempestade
Que te impeçam de voar
Entre a cobra e o passarinho
Entre a pomba e o gavião
Ou teu ódio ou teu carinho
Nos carregam pela mão
É a moça da Cantiga
A mulher da Criação
Umas vezes nossa amiga
Outras nossa perdição
O poder que nos levanta
A força, que nos faz cair
Qual de nós ainda não sabe
Que isso tudo te faz
Dona! Dona!
Dona! Dona! Dona!
tia gg
ResponderExcluireu adoro essa musica meu mp3 tem ela eu acho linda ja estou lhe seguindo
PROF,
ResponderExcluirAMEI A HISTORIA DOM QUIXOTE,
ELE ERA TRAPALHAO MAS,TINHA UM CORAÇAO SUPER
GENEROSO.
ACHEI ENGRAÇADA SUA PENITENCIA DE MALUCO!!!!!!!!
BJUS!!!!!