domingo, 15 de agosto de 2010

Mulheres no comando!

      Em se tratando das cantigas de escárnio e maldizer , enquanto gênero de poesia pertencente à Idade Média, há que se mencionar a íntima ligação com a música, composta para ser cantada ou entoada. Encontra expressão em meados de 1189 e 1385; são escritas em galego-português; a principal característica dessas cantigas, assim como todos os textos (populares) é a sátira ou crítica. Percebe-se também que tais cíticas dirigiam-se, geralmente , a alguém próximo, pessoa do circulo social do trovador. Funcionam como relatos de costumes da época. Quanto à linguagem, manifesta-se de maneira vulgar, demonstradas através da forma direta em relação a segunda pessoa do discurso,de forma agressiva e/ou irônica.Podem apresentar disputas, sejam nas políticas, sejam nas questões de gênero.
      Na letra da música que segue abaixo, o homem se propõe a louvar as grandes qualidades de sua amada, ao passo que imputa culpabilidade na mulher.A mulher é a perdição, há sutil diferença entre o terceiro e o primeiro verso. Tal semelhança da letra DONA, nos remete ao contexto histórico do TROVADORISMO, onde as cantigas tematizam a confissão do homem em relação a uma mulher, ele lamenta seu sofrimento, fala, através do “eu-lírico” masculino,posicionando-se  de forma inferior em relação à mulher. A referida letra,composta por Sá e Guarabira, a palavra SENHORA é substituída por DONA(minha senhora).Retrata também, A situação de um amor impossível, pois a mulher a  quem se dirige o eu - lírico é comprometida ou pertence a uma classe social superior. Ela sempre é a Dona (a palavra Dona procede do latim domina, palavra esta que resulta, em português no  verbo dominar )e a declaração amorosa (em linguagem rebuscada) do trovador , obedecendo a  determinadas convenções conhecidas como amor cortês (cortês- refere-se à corte ).
    Ocorrendo,então, formas literárias conhecidas como cantigas de amor, escarnio e  maldizer.Salientando,a bem da verdade, que mesmo em suas diferenças tais modalidades originaram-se na própria CANTIGA DE AMOR. O moderno que retrata o antigo?Ou será mera coincidência?




Dona


Roupa Nova

Composição: Sá & Guarabyra

Dona desses traiçoeiros

Sonhos sempre verdadeiros

Oh! Dona desses animais

Dona dos seus ideais



Pelas ruas onde andas

Onde mandas todos nós

Somos sempre mensageiros

Esperando tua voz



Teus desejos, uma ordem

Nada é nunca, nunca é não

Porque tens essa certeza

Dentro do teu coração



Tan, tan, tan, batem na porta

Não precisa ver quem é

Pra sentir a impaciência

Do teu pulso de mulher



Um olhar me atira à cama

Um beijo me faz amar

Não levanto, não me escondo

Porque sei que és minha

Dona!!!



Dona desses traiçoeiros

Sonhos sempre verdadeiros

Oh! Dona desses animais

Dona dos seus ideais



Não há pedra em teu caminho

Não há ondas no teu mar

Não há vento ou tempestade

Que te impeçam de voar



Entre a cobra e o passarinho

Entre a pomba e o gavião

Ou teu ódio ou teu carinho

Nos carregam pela mão



É a moça da Cantiga

A mulher da Criação

Umas vezes nossa amiga

Outras nossa perdição



O poder que nos levanta

A força, que nos faz cair

Qual de nós ainda não sabe

Que isso tudo te faz

Dona! Dona!

Dona! Dona! Dona!

2 comentários:

  1. tia gg
    eu adoro essa musica meu mp3 tem ela eu acho linda ja estou lhe seguindo

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  2. PROF,
    AMEI A HISTORIA DOM QUIXOTE,
    ELE ERA TRAPALHAO MAS,TINHA UM CORAÇAO SUPER
    GENEROSO.
    ACHEI ENGRAÇADA SUA PENITENCIA DE MALUCO!!!!!!!!
    BJUS!!!!!

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